O fator distância pode ser calculado, desde que se aceite que exista uma relação fixa entre o valor de mercado dos terrenos e a sua distância até um determinado polo valorizador. E, ainda, desde que essa relação possa ser traduzida em uma equação.
Suponhamos que o avaliador decida calcular esse fator a partir da equação:
O gráfico abaixo demonstra visualmente a variação do fator em função da distância, caso essa equação seja aceita pelo avaliador.
Observe-se que o gráfico demonstra uma correlação negativa, pois ele se refere à variação do fator em função da distância do terreno até o polo valorizador.
Foram construídos quatro gráficos dinâmicos demonstrando a variação do fator distância:
1º) em relação a um único polo valorizador;
2º) em ralação a dois polos valorizadores próximos um do outro;
3º) em relação a dois polos valorizadores distantes um do outro; e
4º) em relação a três polos valorizadores.
Os gráficos dinâmicos foram construídos com a ferramenta GeoGebra.
1º gráfico
2º gráfico
3º gráfico
4º gráfico
Os gráficos dinâmicos estão disponíveis na página https://www.geogebra.org/u/sjoliveiraojaf.
Esse fator deve permanecer limitado ao intervalo [0,5:2,0], haja vista os termos dos itens 8.2.1 e 8.2.2 da NBR 14653-2:2011 (Avaliação de bens. Parte 2: Imóveis urbanos):
8.2.1 Assim, é recomendável que sejam utilizados dados de mercado:
a) com atributos mais semelhantes possíveis aos do imóvel avaliando e do imóvel paradigma;
b) que sejam contemporâneos. Nos casos de exame de dados não contemporâneos, é desaconse lhável a atualização de preço do mercado imobiliário através de índice econômico, quando não houver paridade entre eles, devendo, neste caso, o preço ser atualizado mediante consulta direta à fonte. Quando a atualização na forma mencionada for impraticável, só será admitida a correção dos dados por índices resultantes de pesquisa no mercado.
8.2.2 Para a utilização deste tratamento, considera-se como dado de mercado com atributos seme lhantes aqueles em que cada um dos fatores de homogeneização, calculados em relação ao avaliando ou ao paradigma, estejam contidos entre 0,50 e 2,00.
O gráfico abaixo demonstra as curvas de diferentes equações possíveis, e a sua limitação no intervalo [0,50;+2,00] na área com fundo cinza.
Visualmente, aquela limitação pode ser representada nos gráficos abaixo.
O primeiro deles se refere à homogeneização do item da amostra, e o segundo deles se refere à avaliação.
E, abaixo, demonstra-se qual o limite aceito para que esse fator influencie o cálculo do valor unitário do bem avaliando.
Como se vê acima, a escolha da equação depende de decisão do avaliador; entretanto, os resultados devem respeitar os limites previstos na norma, quais seja, os limites do intervalo [0,5;2,00].
Fonte:
MARTINS, Fábio Guilherme Neuber; MARTINS, Fernando Guilherme. Avaliação de glebas urbanizáveis. In: Engenharia de avaliações. v. 1. 2. ed. São Paulo: Pini, 2014.